terça-feira, 30 de outubro de 2007

Proj. de Aprend. - Ana Cristina César - poetisa



Ana Cristina Cruz César, (Rio de Janeiro 2 de junho de 1952 — Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1983), ou ainda simplesmente Ana C., filha de Waldo Aranha Lenz Cesar e Maria Luiza Cesar, nasceu em família culta de classe média e protestante, numa década de 1950 quase bucólica do Rio de Janeiro. Criou-se entre Niterói, Copacabana e os jardins do velho Benett. É uma das principais poetas da geração mimeógrafo ou da chamada literatura udigrudi ou marginal dos anos 1970.

Começou a escrever ainda criança - antes mesmo de ser alfabetizada, aos 4 anos, ditava poemas para que a mãe os escrevesse. A escrita sempre lhe dominou a vida. Em 1969, viaja à Inglaterra em intercâmbio e passa um período em Londres, onde trava contato com a literatura inglesa. Quando volta da Inglaterra, Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield na mala, dedica-se a escrever, traduzir e entra para a Faculdade de Letras da PUC do Rio, aos 19 anos.

Começa a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletâneas, revistas e jornais alternativos. Seus primeiros livros, Cenas de Abril e Correspondência Completa, são lançados em edições independentes. As atividades não param: pesquisa literária, um mestrado em comunicação na UFRJ, outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária (na Universidade de Essex), em 1980, e a volta ao Rio, onde publicou Luvas de Pelica, escrito na Inglaterra.

Ana Cristina, figura de proa da poesia brasileira dos anos 70, foi um nome tutelar deste período que recebera uma herança demasiado pesada: relativizar a importância dos concretos, restabelecer os valores propostos pelos modernistas e assegurar uma personalidade literária que representasse um período de transformações culturais e políticas. Esta poeta concentra em si o desejo de mudança e intensifica uma poética despojada de qualquer densidade erudita, voltando a dar importância ao discurso quotidiano e subjectivo.

Em suas obras, mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.

Faleceu no dia 29 de outubro de 1983, atirando-se do apartamento dos pais.

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