terça-feira, 23 de outubro de 2007

Proj. de Aprend. - Quem foi Nelson Rodrigues?



{1912-1980}
Nelson Falcão Rodrigues foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro.Filho de Mário Rodrigues e Maria Esther Falcão, nasceu na capital pernambucana e mudou-se para o rio de janeiro ainda criança, onde viveu por toda sua vida.
Nelson era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Na sua infância ocorreu para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário. Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã ,,seria no jornal do pai que Nelson começaria sua carreira jornalística, como repórter de polícia, ganhando trinta mil réis por mês.
Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo Viana, Mário fundou o diário Crítica. Como cronista esportivo, Nélson escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente , a maioria deles publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nélson foi fundamental para que o Fla-Flu tivesse conquistado o prestígio que conquistou, como um dos grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criou e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.
Já na adolescência Nelson seguiu com seus irmãos Mílton, Mário Filho e Roberto para a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo.Em 26 de dezembro de 1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau, Jr. Ilustrada por Roberto e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, a matéria provocou uma tragédia. Sylvia, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto com uma arma comprada naquele dia. Nelson testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois. Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica são empastelados e o jornal deixa de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulha em decadência financeira.
Foram anos de fome e dificuldades para todos. Desempregados e hostilizados pelo novo regime, os Rodrigues demorariam anos para serem recompensados pelos prejuízos causados pela turba.
Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nelson passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que Nelson seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, Nelson descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retira-se do Rio de Janeiro e passa longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento é custeado por Marinho, que conquistou a gratidão de Nelson pelo resto de sua vida. Recuperado, Nelson volta ao Rio e assume a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera.
A partir da década de 1940, Nelson se divide entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais. Em 1941 escreve A mulher sem pecado, que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assina a revolucionária Vestido de noiva, peça dirigida por Ziembinski e que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.
O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Suas personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!". Vestido de noiva é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro. Em 1945 abandona O Globo e passa a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começa a escrever seu primeiro folhetim, Meu destino é pecar, assinado pelo pseudônimo "Susana Flag". O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson a escrever sua terceira peça, Álbum de família.
Em abril de 1948 estreou Anjo negro, peça que possibilitou a Nelson adquirir uma casa no bairro do Andaraí e em 1949 Nelson lançou Dorotéia.
Em 1950 passa a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, a Última Hora. No jornal, Nelson começa a escrever as crônicas de A vida como ela é, seu maior sucesso jornalístico. Na década seguinte, Nelson passa a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da Grande Resenha Esportiva Facit, a primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passa a publicar suas Memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinqüenta anos antes.
Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nelson começa a decair. O período coincide com os anos da ditadura militar, que Nelson sempre apoiou.
Nelson faleceu numa manhã de domingo, em 1980, aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada, voce ajudou muito para minha pesquisa escolar !